sábado, 18 de julho de 2009

"In Iuditio" (1)


Esta seção será destinada ao relato de causos, excentricidades e situações cômicas vividas por nós no meio jurídico

Eu, estagiário que sou, costumo acompanhar clientes do escritório do qual faço parte em audiências de conciliação e comparecimento em juizados. Via de regra, acompanho empresas e, em raras exceções, pessoas físicas.

OK. Acontece que, para quem não conhece, tais audiências e comparecimentos realizam-se sem a presença do Juiz e costumam ser bem informais. Em se tratando de empresas, salvo algumas exceções, até que impera um clima amistoso, já que a querela do indivíduo não é efetivamente contra nós (eu e o preposto), e sim, contra a empresa requerida.



Pois bem. Esta semana tive a oportunidade de acompanhar uma pessoa física. Ele (o cliente) estava nervoso e irritado com o sujeito que o demandou em juízo. Aliás, o Autor havia demando contra três Réus, num causo que envolvia a aquisição de uma alvará de um táxi lotação.

Ah, esqueça do clima amigável acima descrito. TENSO! Este era o clima que imperava no recinto no qual Autor e Réus (1 havia faltado, estando presentes apenas 2) se depararam face to face. O Autor era um cidadão com generosos 1,45m de altura. Meu cliente, um cidadão comum. Agora, o ARMÁRIO de uns 2m de altura, negro e com cara de mal que era o outro Réu, era um negócio pra assustar.

Em determinado momento o advogado do Autor, o pigmeu, e o advogado da Criatura monstruosa descrita saíram para atender seus respectivos celulares. Logo, ficamos na sala: Eu, o Cliente do Escritório, o Autor e o OUTRO RÉU – a criancinha de 2m.

De repente, o gigantesco Réu olha fixamente para aquele pequeno ser e, num ato de brutalidade velada, começa a estalar os dedos.

TRRROOOKK..... TRRROOOKK..... TRRROOOKK..... TRRROOOKK.....

Não se engane leitor. Cada dedo estalado produzia o som capaz de tremer as frágeis divisórias daquela sala de audiência.



O indivíduo, que já era pequeno, se encolheu ao ponto de sumir daquela sala. Eu segurei o riso e continuei com uma feição séria, até a volta dos advogados das partes. A audiência acabou e eu saí de lá com um sorriso maroto – sorriso de quem havia presenciado uma cena bem bizarra.


2 comentários:

Unknown disse...

oi bródér =D

seria interessante mencionar aqueles "causos"que acompanhávamos em nossos estágios no forum, né? :D aqueles em que advogados com notável (falta de) saber jurídico pediam "a revelia do autor porque o mesmo faltou à audiência" auaehaeuaehuaehu


beijos =*

Luiz Riva disse...

Que mané "ius puniendi"! rs